Uma prosa poética que utiliza a experiência da guerra como fio condutor de algumas personagens muito peculiares que, à partida, parecem não ter nada em comum, mas cujas histórias acabam por se interligar numa teia de relações que se vai aprofundando a cada capítulo.
O livro abre com um ritmo um pouco desconexo, tem muitos saltos temporais, como aliás, já é comum nas narrativas do autor, mas é uma viagem maravilhosa, com uma escrita que nos embala nas suas descrições e reflexões, e depois, de repente, faz-nos questionar a nossa vida toda.
Fala-nos sobre perda, amor, liberdade, a busca por um sentido e a forma como, por vezes, podemos impactar a vida de alguém sem nos apercebermos. É um daqueles livros que fica connosco após a primeira página.
“Não há lugar nenhum no mundo construído com tantas restrições como uma loja de pássaros. São gaiolas por todo o lado. E algumas estão dentro dos pássaros e não por fora como as pessoas imaginam.”